Estrelas

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Para mim, para você






Amo esse sorriso, essa alegria da Mart'nália no olhar, no cantar, me contagia. Gosto de ouvi-la - e essa música virou o meu mantra, perfeita, principalmente naquele diacho de momento que se pensa que tudo 'deu' errado (Por que?) Para não esquecer de lembrar que tudo sempre pode piorar. Por isso agradeço ( é tanto o que se pede, tão pouco o que se agradece ... ihhhh, o espírito do ho ho ho te pegou de novo...) Bom, não posso dizer que o Natal seja o meu feriado favorito; aliás, já cheguei a amar e a odiar ho ho ho's, confraternizações, 'amigos' secretos, festinhas... (Então como faz para fugir?) Não fujo, não mais. Dou um pulinho na Madame Cristal - salve Woody Allen - e compro uma ilusão, daquelas bem lindas, e que duram a lifetime... ( a lifetime? Ha ! não existem!) É, dessas está mesmo meio difícil de se encontrar. Sem erro. Pego um pacote das pequenas, das short ones... e de uma em uma, levo, sou levada, sou feliz. Meu excesso de otimismo é incurável??? (um sa-co!!!!) Queridos, não é doença, portanto não há que se falar em cura; não excede, apenas existe. Amor. Simplesmente amor. Meu desejo é que se consiga, que se permita vivê-lo em todas as suas possibilidades, sentidos, tempos. É o que eu peço pra mim também. Somente. Porque é o que eu tenho e tento dar.



quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Currículo



Gosto de ser honesta. Gosto de ter bom caráter. Gosto de ser justa. Gosto de não fazer ' mal a quase ninguém' . Gosto de saber que minha família me ama. Gosto da minha cultura mediana. Gosto do passado. Faltou oportunidade. Gosto do presente. Falta tempo. Gosto de lugares bonitos, gosto mais de pessoas bonitas, de almas bonitas. Também tenho uma. Gosto de música, gosto de dançar, gosto de filmes, mais de ir ao cinema. Gosto de teatro também, de beber um pouquinho e de comer um tanto além. Gosto de perfume, de cheiro de roupa nova, de barulho de sapato novo. Gosto de cheiro de homem cheiroso. Gosto de dinheiro, gosto de moda, de me sentir confortável . Gosto mais de viajar, de conhecer lugares novos. Gosto de café da manhã de hotel. Gosto de motel. Gosto de ser inteligente, o suficiente. Gosto do meu português honesto. Gosto do meu blog, meu diário. Gosto de ser sensível, de chorar à toa, de rir à toa . Gosto de ser bonita, gosto de me cuidar. Gosto de me cuidar, gosto de ser bonita. Tanto faz. De tudo isso, gosto mais que tudo de amar, de ver meus olhos brilharem, de ouvir minha boca convidar e de fazer meu corpo saciar. Gosto de cama. Gosto muito de cama, de sofá, de tapete, e de chão. Gosto de ser pessoa comum, na multidão. Gosto de ser especial. Gosto mais de ser única. Gosto mais ainda de ser a única.


domingo, 5 de dezembro de 2010

Jason Mraz - Butterfly

...simply delicious




I'm taking a moment just imaginin' that I'm dancin' with you
I'm your pole and all you're wearing is your shoes
You got soul, you know what to do to turn me on until I write a
song about you
And you have your own engaging style
And you've got the knack to vivify
And you make my slacks a little tight, you may unfasten them if
you like
That's if you crash and spend the night
But you don't fold, you don't fade
You've got everything you need, especially me
Sister you've got it all
You make the call to make my day
In your message say my name
Your talk is all the talk, sister you've got it all
Curl your upper lip up and let me look around
Ride your tongue along your bottom lip and bite down
And bend your back and ask those hips if I can touch
Because they're the perfect jumping off point of getting
closer to your
Butterfly
Well you float on by
Oh kiss me with your eyelashes tonight
Or Eskimo your nose real close to mine
And let's mood the lights and finally make it right
But you don't fold, you don't fade, you've got everything you need
Especially me
Sister you've got it all
You make the call to make my day
In you message say my name
Your talk is all the talk sister you've got it all
You've got it all, you've got it all, you've got it all [2x]
You've got it all, you've got it all
Doll I need to see you pull your knee socks up
Let me feel you up side, down slide, in slide, out slide, over here
Climb in my mouth now child
Butterfly, well you landed on my mind
Dammit you landed on my ear and then you crawled inside
Now I see you perfectly behind closed eyes
I wanna fly with you and I don't wanna lie to you
Cause I, cause I can't recall a better days
I'm coming to shine on the occasion
You're an open minded lady
You've got it all
And I never forget a face
If I'm making my own
I have my days
Let's face the fact here, it's you that's got it all
You know that fortune favors the brave
Well let me get paid while I make you breakfast
The rest is up to you, you make the call
You make the call to make my day
In your message say my name
Your talk is all the talk, sister you've got it all
Cause I can't recall a better day
I'm coming to shine on the occasion
You're a sophisticated lady, oh you've got it all
You've got it all, you've got it all, you've got it all [3x]
You've got it all, you've got it all:.
Butterfly, baby, well you've got it all

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O homem dos meus sonhos...


Como num romance
O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom

Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz

E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão
Foi desde então ficando flou

Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguindo toda
Ao som do blues

Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris

E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê

Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar

Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz

Chico Buarque

domingo, 28 de novembro de 2010

Think of Me

Sábado à tarde na casa do pai dos filhotes. Minha ex CU-nhada assistindo a Raul Gil. "Pegue o seu banquinho e saia de fininho...", lembrou??? Não??? Que bom. Não perdeu nada, ou quase nada..., E eu já ía sair de fininho da sala, quando ouvi alguém cantando Nessun Dorma, de Puccini. Amanda Neves, o nome da adolescente. Não sei se ela é tecnicamente perfeita, mas se não for, falta pouco. Vai a loira para o You tube procurar videos dela e descubro algumas pérolas como Con te partiro, An unexpected love, Believe in you, Think of me*... Think of me??? The Phantom of the Opera ???? Lembranças... D. Judith, esse é teu.

- Mas o senhor não pode me negar essa informação.
- Quantos anos tem sua mãe?
- 61.
- Ela está lúcida?
- Sim, graças a Deus.
- Então por que você não perguntou a ela?
- Mas ela não quer tocar no assunto. Diz que está tudo bem. Eu sei, Dr., eu sei que ela está me escondendo alguma coisa. Ela nunca foi triste, parece que está se despedindo (...)
- Se ela não quer falar, é um direito que lhe assiste.
- Por favor, o Sr. precisa me dizer. Eu preciso cuidar dela.
- Eu não vou falar nada, a não ser na presença dela e com a autorização dela.
- Será que o Sr. não entende que ela vai se entregar??? Que ela está querendo nos proteger, que ela não sabe se cuidar. O Sr. não pode nem me dizer se ela foi encaminhada para a Oncologia?
- Não insista. Vá para casa. Eu tenho mais o que fazer...
- O Sr. faz assim porque não é a sua mãe, seu filho da...

E antes que eu pudesse completar o desabafo, alguém me puxou pelo braço e me lembrou ao pé do ouvido que desacato a militar é crime. Saí de lá sem chão, sem mundo. Descobrira que minha heroína era mortal. Isso aconteceu em 2005. O diagnóstico temido era câncer de mama. E eu não conseguia acreditar, que dirá aceitar. Não, eu não podia perder a mulher mais generosa, mais corajosa, mais feliz do mundo. O fantasma dormia comigo, acordava comigo, comia e bebia comigo. Momentos difíceis.

Num raro gesto de gentileza, meu ex me levou a São Paulo para espairecer um pouco. Teatro Abril. O Fantasma da Ópera. Produção impecável. Chorei do primeiro ao último ato. Contida. Silente. Eu e o meu fantasma. Mas quando 'Christine" começou a cantar Think of you, quando ela chegou em '...there will never be a day when I won't think of you...", desabei. Quis sair correndo... não sentia as pernas. Quis gritar ... não tinha voz. Procurei ao meu lado uma mão para segurar as minhas, um ombro para fazer de colo ... mas só encontrei um olhar recriminador. Engoli o choro.

Salve Juju, aquele fantasma se foi. Mommy está comigo, feliz como sempre. Só que a Raquel voltou um pouquinho diferente daquele teatro. Nunca fui de declarações efusiásticas de amor. Meu amor é intensamente sentido, mas nem sempre era demonstrado, e nunca falado. Aprendi que tanto quanto gestos, as palavras também são necessárias. Toda vez que estamos juntas, eu a beijo, abraço, agradeço, brigo, aperto, e digo, Te amo, mãe. Ela retribui com aquele sorriso largo no rosto e os olhos brilhantes de criança arteira, e pergunta,"E você, já disse isso aos seus filhos hoje?"


Esta é a versão do filme, tão linda quanto.


* errata: o nome da música é Think of me, e não Think of you, como estava anteriormente


sexta-feira, 26 de novembro de 2010

" Forget what we're told,


Não, eu não possuo uma lista com minhas músicas preferidas, só conheço os hits das bandas que mais gosto, e não sei o que os seus respectivos vocalistas, guitarristas, baixistas etc etc etc, fazem da vida quando não estão se apresentando. De fato, não sou A tiete.

Qual o meu estilo??? Antes me dizia eclética, explicação chique que eu dava para justificar o meu amor pelo Bolero de Ravel e também por Leandro, o falecido, cantando Catedral (esse mesmo, do ' pense em mim, chore por mim, liga mim'...) . Mas me parece que, hoje, eclético virou sinônimo de gosto duvidoso - e talvez o meu também seja, só que agora eu digo que ele é vagabundo mesmo. Sem preconceito algum.

Sem preconceito??? Olha ele aí no 'gosto duvidoso'...Ah, mas gosto se discute sim, porque, desculpem-me os fans, Tati quebra barraco não entra no meu carro não, apesar da loira aqui já ter 'quebrado' até o chão em uma festa, ouvindo uma das suas inspiradoras músicas. Regada à muita ice, é claro. Momento piriguete (de-lí-cia!!!!kkk). Agora é sério, acredito mesmo que o espaço tem que ser democrático e que sempre haverá lugar para todos. Com preconceitos ou conceitos, cada um no seu 'quadrado'.

Lá pelos meus sete, oito anos, ouvi uma prima já adolescente cantando aquelas músicas 'do rádio' em inglês e me apaixonei perdidamente. Pela prima, não, rapaaaa!!!! Pelo inglês, que fui estudar só para poder cantar, e entender também. Ouvia os hits americanos e já saía buscando as lyrics, o que acabou virando uma mania e coleção. Pegava de tudo, os das paradinhas de sucesso, os mais antiguinhos, os dos momentos das primas adolescentes, e das tias solteironas também. Na minha jurássica pastinha transparente tinha do King Cole à Madonna, a mocinha. Mas tudo o que eu queria era cantar, daí não ligar para o dono do sucesso da vez, ou da passada.

Hoje, sempre que me lembro de uma música e a busco no Youtube, procuro pelo video que tenha somente a respectiva letra. E, enquanto a ouço, fecho os olhos e vou produzindo as minhas imagens, dirigindo o meu próprio curta... viro a cineasta de mim mesma. Essa aqui, do Snow Patrol, tem uma letra que me seduz há tempos, mas que só hoje eu pude dar vida à ela.

Nananão...sem prévias. Por enquanto a produção é só minha e está inacabada; portanto, nada de pré estréia...



, before we get too old, show me a garden that's bursting into life..."

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cuidado comigo!!!


Fissura, estou ficando tonta. Essa roda girando girando sem parar. Olha bem: quem roda nela? As mocinhas que querem casar, os mocinhos a fim de grana pra comprar um carro, os executivozinhos a fim de poder e dólares, os casais de saco cheio um do outro, mas segurando umas. Estar fora da roda é não segurar nenhuma, não querer nada. Feito eu: não quero ninguém. Nem você. Quero não, boy. Se eu quiser, posso ter. Afinal, trata-se apenas de um cheque a menos no talão, mais barato que um par de sapatos. Mas eu quero mais é aquilo que não posso comprar. Nem é você que eu espero, já te falei. Aquele um vai entrar um dia talvez por essa mesma porta, sem avisar. Diferente dessa gente toda vestida de preto, com cabelo arrepiadinho. Se quiser eu piro, e imagino ele de capa de gabardine, chapéu molhado, barba de dois dias, cigarro no canto da boca, bem noir. Mas isso é filme, ele não. Ele é de um jeito que ainda não sei, porque nem vi. Vai olhar direto para mim. Ele vai sentar na minha mesa, me olhar no olho, pegar na minha mão, encostar seu joelho quente na minha coxa fria e dizer: vem comigo. É por ele que eu venho aqui, boy, quase toda noite. Não por você, por outros como você. Pra ele, me guardo. Ria de mim, mas estou aqui parada, bêbada, pateta e ridícula, só porque no meio desse lixo todo procuro o verdadeiro amor. Cuidado, comigo: um dia encontro

Caio Fernando Abreu

...





O amor não se manifesta pelo desejo de fazer amor (esse desejo se aplica a uma série inumerável de mulheres), mas pelo desejo do sono compartilhado (este desejo diz respeito a uma só mulher).

Milan Kundera

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

"Explicação nenhuma isso requer..."

Nando Reis e Ana Canas - Pra Voce Guardei O Amor



"(...)
Guardei, sem ter porquê
nem por razão
ou coisa ou outra qualquer
além de não saber como fazer pra ter um jeito meu de me mostrar..."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dang???



"... embora eu passe boa parte do meu dia pensando em você, desejando sua alma e seu corpo, o fato é que eu não estou sendo inteiro, por mais inteiro que isso possa parecer... a ideia de não te ver mais me deixa sem chão, mas o que estou te oferecendo da forma que a coisa está, também, em certos aspectos, me embrulha o estômago..."



- Foi o jeito dele dizer, tão dolorosamente lindo, que não me ama.

- Será??? Acho que não...

-Nasci mulher. Sei tudo. Alguém já disse.

- Bem feito, então. Eu bem que te avisei. Agora fica aí dividida entre o que pede o corpo, o que diz a cabeça e o que sente o coração. Com os homens isso é tão mais fácil...

-Já sofri pra cacete com todos os grandes -e não houve pequenos- amores da minha vida, mas nunca entrei nesses clichês dramalhescos do tipo nunca mais vou amar, nunca mais vou crer, nunca mais ninguém, nunca mais nunca mais...

-Ora, ora, sei que essa situação de vítima não é o teu perfil. Teus cromossomos masculinos falam mais alto...rs

- Mas às vezes penso que só nasci para sofrer por amor. E quer saber??? É o que há!!!!

- Não se pode elogiar. Tá louca, bebeu, masocou??? Melhor ouvir Justin Bieber e Luan Santana cantando juntos do que isso...

- Me deixa. Acredito mesmo nesse clichê. Não é bonitinho???Nascemos do amor, vivemos pelo amor e morremos pelo amor. A questão é que nem sempre a equação se resolve a meu favor...

-Ai ai ai, tá difícil hoje. Que coisa mais, mais, careta. Clichêzão. Mas, no seu caso, é bem verdade. Desculpe-me, mas você está sempre se ferrando... dedo podre o seu, hein???

-Pode ser. Mas que é bom amar, ah isso é, mesmo quando a gente sabe que a coisa já nasceu com prazo de validade. Há muito aprendi que tesão pelo tesão também é uma delícia. O corpo manda, a gente obedece. Sem ressacas. Mas não posso negar, meu dedo continua procurando pelos dois juntos...Quem sabe, ele não se chega???

- Dois??? Ele??? Quem???

-O amor, porra. Se tem tesão, se tem afeto, não é um bom começo???

-Ihhhhh, falta muito...já ouviu falar em afinidades, cumplicidade, fidelidade...Tá no manual. Mas no seu causo, tem mais um probleminha... chegar tarde. Teu cupido é bebum ou é loiro também...tá sempre atrasado, atirando em lugar ocupado... rsrsrsrs

-Lá vem você de novo!!! Pra amar tem que pegar senha? Preencher cadastro? Informar o número que calça, o prato que mais gosta, o que mais gosta de ler??? Não ferra!!! Você se esqueceu do Sr. Tempo??? Ele também precisa de tempo, para crescer, amadurecer, vingar...

- e morrer...É sempre assim.

-Vai se f@#&@der!!!

-Aprendeu, hein??? Boa menina...vem, é assim que se começa...

-Ai...




* A questão não é estar single ou married, Ally, mas demitir esse viadinho desse cupido!!!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

O Louco

A águia, pássaro de Zeus, A caverna, o Sol nascendo, o precipício...essa é a primeira dos Arcanos Maiores
O início de uma jornada, qualquer jornada


Estava pensando em determinada situação da minha vida e, como não podia deixar de ser, acabei não encontrando uma ou qualquer resposta racional, se é que ela existe. Paciência, paciência...Logo, logo esses mistérios se revelam... Mistérios??? Voilá!!!!!!! Meu Tarô Mitológico.

Não , não 'jogo'. A uma, porque não me sinto capaz. Precisaria dominar um conhecimento que não tenho, embora esteja à disposição de qualquer um; a duas, porque 'jogar' tem hoje um tom pejorativo, ludibriante, e bem se sabe o porquê. Apenas tenho, estudo, consulto as cartas e, é claro, conto com a ajuda de uma autora que 'encontrei' por um acaso, a Lis Greene. Ela publicou as suas interpretações sobre os Arcanos usando a mitologia grega como base, e eu a uso, mais a minha situação interna, e mais a minha não tão pouco experiência de vida, para chegar às minhas próprias. É assim que funciona.

A mitologia grega e seus Deuses, tão detalhadamente retratados pelos artistas da Renascença, seus mitos, agregando valores da vida ocidental, sempre me encantaram. E foi por conta dessa admiração que, por um acaso divino, descobri essa versão secular do Tarô. O livro estava lá, escondidinho, no meio de outros tantos, os mais diversos, misturados em uma estante de uma livraria qualquer. Quando eu o puxei e vi as cartas que o acompanhavam, não resisti. Pareciam telas em miniaturas, retratando situações, enigmas, paixões, conflitos, enfim, mitos adoráveis, todos sem sentido e fazendo todo o sentido... Foi paixão à primeira vista, e nessa eu acreditei.

Desde muito nova, tudo o que está ligado ao oculto, ao mistério, à magia, ao esoterismo (ou seja lá o nome que for dado) me atrai. Não falo desse tipo de 'leitura' feita com bolas de cristal, borras de café, barbantes virgens, que os céticos, com certa razão, relegam a níveis inferiores de adivinhação. E como eles, até pouco tempo eu também encarava o tarô como mais uma dessas práticas. 'Isso não é coisa de Deus", muitos religiosos diriam. Mera intolerância. Hoje entendo que a minha atração pelo oculto não tem nada a ver com religião; tem a ver, sim, com o ser curiosa, e quanto mais proibido, mais interessante. Tem a ver com querer saber de tudo um pouco, com contestar, quebrar paradigmas, enfim...tem a ver com uma aquariana que adora meter o nariz onde não é chamada e que já passou por experiências metafísicas que não conseguiram lhe explicar.

Não posso negar que sinto-me extremamente confortável e confortada ao assistir a uma missa. Afinal, foram quase dez anos desde o catecismo até a primeira comunhão. Mas incomoda dizer hoje que possuo uma religião. Não a possuo e nenhuma delas me possui. Fizeram-me uma quase católica. Também já fui uma quase 'rosa cruz', uma quase evangélica. Já consultei cartomantes, já visitei centros espíritas, os tais brancos e os não brancos, e também já paguei para trazerem o meu amado em três dias. Não riam (rs).

A astrologia??? Não, não, não!!! A astrologia é uma ciência e está à disposição de todos, sensitivos, não sensitivos, médiuns, mediúnicos, charlatões e afins, para estudo, consulta, e descobertas e mudanças. Não me parece crível que alguém possa negar a existência dos astros e suas influências em todo ser vivo. Meu rei, o Sol; minha protetora, a Lua, e minhas irmãs, as Estrelas, me acompanham, como a todos vocês, desde o sempre. Lá em casa, no meu mapa, tem a fogosa Tia Vênus, que me presenteia com gostosos 'amores', mas vive às turras com o Tio Saturno, esse ser rabugento e repressor. Tem também o Tio Urano, fazendo-me enxergar além do que eu gostaria. E o pobre do Tio Plutão??? Fizeram o dna e descobriram que o coitadinho não é da família. Esses plutos não entendem lhufas de vínculo afetivo...rs. Bom, cada um no seu quadrado, digo, quadrante. De oculto e místico a astrologia não tem nada. Você pode até não gostar e, com todo direito, gozar dessas previsões tão previsíveis de jornal de domingo. Mas não pode negar.

Voltando àquela situação que tem me deixado assim, assim... penso, embaralho, retiro. E ela vem, uma das minhas favoritas. Adoooooooro quando ele aparece no meu caminho, meu querido O Louco.
  • " O Louco representa o impulso racional para a mudança e abertura dos horizontes da vida frente ao desconhecido, quando nos colocamos à beira de uma jornada. Esse desconhecido é representado por impulsos irracionais, que tanto podem ser destrutivos quanto criativos e frequentemente são os dois juntos. É o nosso lado selvagem mergulhando nos precipícios, deparando-se com situações penosas, mas que podem proporcionar inícios incrivelmente criativos. E se não correspondemos a esses chamados, nos afundamos em vidas monótonas, banais e sem sentido, e chegamos ao final de uma vida perguntando-nos o que perdemos e porque o mundo nos parece tão vazio. Por outro lado, não há qualquer garantia de que chegaremos em segurança, com sucesso, ou , se até mesmo chegaremos, mas não iniciar é negar, em nível interior, tudo em nós que seja jovem, criativo e que esteja em contato com o que é maior do que nós mesmos".

PER-FEI-TO!!!!! Bateu e Ponto. Entendeu???? Claro que não, porque só faz sentido para mim. Mas você também pode tentar.

...


Momento minha Fé:
Procuro sempre agradecer a Ele por falar comigo quando o busco ou quando preciso ouvi-lo, e sempre do jeito que mais entendo... Assim seja.




sábado, 30 de outubro de 2010

Milagres...

Nas nossas conversas na cama...

Miguel: Mãe, milagres existem?
Eu: Claro. Se você acreditar. Por quê?
Miguel: É que eu preciso de dois ...
...
Eu: Dois???
Miguel: É mãe, um pro meu pai deixar eu sair do judô e outro pra ...
Silêncio. Tenho medo de perguntar... Miguel suspira e continua...
Miguel: O outro é pra tirar o meu avozinho do hospital e trazer ele de volta pra mim.
'Engoli' o choro e o abracei forte.

Alguns dias depois...

...Miguel não faz mais judô. É. Milagres existem. Quanto ao Vovô Miguel, Seu Mehkail, S. Miguel, aquela figura doce, meu eterno sogro, pai exemplar, avô irretocável, apaixonado pelos netos... Papai do Céu precisava dele lá em cima e ele nos deixou essa noite. Sei que ele está em algum lugar, em algum bom lugar. Cuida dele por mim, Celita.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ei, psiu...

Não ter asas e poder voar - Foto por Ana de Souza



Não estou procurando alguém para cuidar do meu coração. Não que você, caro candidato, ou outros, não possam fazê-lo, mas é que falando desse jeito me parece que estou transferindo para terceiros a responsabilidade de ser feliz ou de ser infeliz. É nisso que não acredito.
Se reconhecemos e não sabemos administrar riscos, o problema é só nosso, quero dizer, de cada um. Quando uma porta se abre e um raiozinho de luz me aparece, ainda que timidamente, para mim é o divino se manifestando na minha vida, e me dando licença para dele me aproveitar, e me aquecer, enquanto ele durar.
Medos??? Vão sempre existir. Mas e daí??? Como diz um amigo meu: "O não você já tem; então, vá atrás do sim." E se o sim não vier, chore, esperneie, volte uma, duas, três, quantas casas tiver que...mas não fique estacionada, parada, sem perspectivas. Foi assim que consegui sair da condição de vítima da minha própria generosidade. É nisso que eu acredito e isso me faz feliz.


Contra politicagem... É da Elisa, a Lucinda. Adorei.


SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Elisa Lucinda

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Receita básica para mal estar







Essa música funciona para mim como aquele chazinho que a vovó costuma preparar quando o netinho ou a netinha enfiam o pé na cachaça, na feijoada , na jaca toda e precisam de uma ajudinha para se livrar daquele mal estar. É batata. Não. É boldo!

Sem graça? Também achei. Mas esse é o espírito da coisa, o dessa coisa loira aqui. Sabe quando você acorda, mas não tem vontade de levantar; levanta mas não tem vontade de fazer nada, e quando tenta só faz merda???? Hoje eu estou assim. Não é o Mr. Murphy. É assim, ó, assim... um aperto no peito, que não sei de onde vem ou o porquê. Tá bom. Sempre se sabe. Mas não estou a fim de fuçar. Deve ser esse Saturno que não larga do meu pé, sempre colocando essas travas no meu caminho (ah como é bom achar 'alguém' para culpar...rs).

Então, quando não se tem aqueeeeele motivo aparente, mas o sorriso custa a aparecer, você não quer dar bom dia para ninguém (coisa feia!) e o único que te entende é o seu Dr. Travesseiro, eu tomo uns golinhos dessa música aí do video (e nessa versão, porque tem uma, live, que nem Jesus aguentaria). Não perguntem porque; não conheço a banda, a letra é bla bla blá, o vocalista não é o Bon Jovi (suspiros) e só sei que eles se chamam The Calling porque procurei a porra da música nesse tal de You Tube, que vive me salvando e eu continuo dizendo que é uma bosta!!!!

Ah, e tem que ser dirigindo!!!! O CD já fica guardadinho num cantinho especial. É só ouvir, e... boldo!!!! Boto tudo para fora. Ouço e choro, ouço de novo e...choro. Toco mais uma, duas, três vezes ...até desidratar. Pronto. Estou melhor.

Viu como é fácil???? Queria muito fazer este exercício ouvindo Chopin ou Beethoven, mas, confesso que, se não for a do tan tan tan tan, não saberei distinguir um do outro . Assim como também não saberia distinguir um Manet de um Monet. Não fui exposta à erudição, às artes. À literatura, um pouquinho, mas matava as aulas, para não ter que matar as professoras... Fico feliz em ter em casa o meu Bolero de Ravel, que ouço no mais alto volume. Mas nem ele, nem Chico têm o mesmo efeito colateral da 'música' suso citada. Vai saber...Bom, fato é, eu adoro essa música, adoro a letra e sempre choro quando a ouço, estando triste ou não.

(Suso???? kkkkkkk Só eu mesma!!!)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

To Maria Eduarda

"Sshhhhhh...calma bebê, é a mamãe ..." E ela acalmou, e eles desabaram...kkkk


Acabei de ler o post sobre o nascimento do Leo, afilhado do meu querido Ivan, do Amor de Papelão, e isso me fez ter vontade de falar um pouco sobre os meus filhos (não é inveja, é corujice pura) . Sei que toda mãe, todo pai, tem uma história especial de filho para contar, ou mesmo várias, e, com certeza, a minha não será a primeira, mas, pelo óbvio, é a mais especial (rs). Minha bebezona acabou de completar uma década ao meu lado, e isso merece um ' postzinho'.

Poderia começar com aquela tarde de sábado, quando, enquanto dirigia pela Av. Brasil, voltando da minha pós, lembrei-me do sonho da noite anterior. A imagem que me veio de repente foi a de um bracinho, fino, branco, delicado, etéreo, entrando pelo meu corpo (pelo mesmo lugar por onde os bebês saem quando o parto é esse tal de 'normal'). Sonho esquisito, pensei. Pois bem. Alguns dias após descobri-me grávida. E pelos cálculos feitos pelo obstetra, 'ela' havia sido fecundada naquela tal noite. Coisas de Papai do Céu...

Com o resultado positivo, vieram os enjôos. Sabe o que é emagrecer OITO kilos no início de uma gravidez??? Nem queira. Mas ninguém me dava muita bola, exceto a minha mãe, que me fazia bolinhos de chuva num verão de 40º e torrou todos os tacos antigos da casa numa fogueirinha no terraço, só para eu matar o desejo de comer casca de batata doce assada na brasa. Delícia??? Você leu direitinho??? Eu senti desejo de comer A CASCA, e não a batata!!!! E a minha cara ficou da cor do carvão...linda!!!! Pergunta se eu vomitei??? Nadica. Mas deixa isso pra lá.

Maria Eduarda se recusava a mostrar o sexo desde as primeiras tentativas. Já estávamos caminhando para o oitavo mês e nada. Toda vez que ela sentia aquela meleca gelada na minha barriga, a danada cruzava as pernas. É vero. Dava para ver o X no video. Eram os femur (sic) da danada. Viu como ela já era comportadinha aqui dentro???

Então tive um outro sonho. Eu chegava em algum cômodo de uma casa e lá estava a minha mãe, em pé, segurando no colo um bebê , já durinho. Era uma menina . E ela, a bebê, me falava, com aquele olhar que jamais vou esquecer, "Não, mamãe. Não é um menino. Sou eu, a sua Maria Eduarda" . E sorria. Foi tudo tão claro, tão nítido, tão real que, mesmo já com os olhos abertos, por alguns segundos não sabia mais se ainda estava dormindo, se estava acordada, ou onde eu estava...uma confusão só. Ria e chorava ao mesmo tempo. Tá. Não é muito difícil fazer uma grávida, aquariana, com ascendente em câncer, chorar. Muito menos rir. Mas foi realmente impressionante.

Troquei de roupa, 'chamei' o elevador, desci correndo pelas escadas, e cheguei à loja do então futuro papai, sem sequer me lembrar de escovar os dentes ou de tirar as ...pantufas!!!! Já entrei lá gritando, " É a Maria Eduarda, é a Maria Eduarda!!!". Eu não conseguia parar de falar, de repetir, de contar o sonho o tempo todo, como se temesse que qualquer detalhe pudesse me escapar naquela manhã. O cabelo dela, preto e cacheado, os olhos, amendoados, e igualmente pretos,lindos ... a pele, branca, branca, branca... o vestido azul, ela no colo da minha mãe, seu olhar, seu sorriso...até que uma voz estranha me tirou daquele surto. Era uma funcionária, se não me falha a memória de nome Regina, me perguntando sobre a cor dos olhos, no que respondi que eram pretos, como os do pai.

Chegou o dia do parto: 04 de outubro de 2000. Ela só nasceria à noite. Passei o dia falando com o marido, a mãe, o obstetra, o anestesista, a enfermeira, o guarda da maternidade, o flanelinha etc, etc, etc, que eu NÃO QUERIA DORMIR DURANTE A CESÁREA e que, já que não seria a primeira a vê-la chegar ao mundo, que fosse a primeira a falar com ela. É isso mesmo. Proibi todo mundo de abrir a boca na hora H. Queria que fosse minha a primeira voz que ela ouvisse. E não é que me obedeceram??? Quando Maria Eduarda nasceu, fizeram um silêncio tão comovente, que eles (obstetra, enfermeira, anestesista, pediatra, cunhada, prima da cunhada, marido da prima da cunhada, irmã, mosca...), percebendo que ela ficara quietinha ao ouvir a minha voz dizendo baixinho: " shhhhhhh, calma bebê, é a mamãe", desabaram todos ...e aí ...foi um choro só.

(Da visita da mosca no meio do parto, em pleno centro cirúrgico, eu só soube depois. Não, não 'processei' a maternidade. Já disse que não nasci pra ganhar dinheiro???? )

E o sonho???? Bom, parte daquela minha ansiedade se deu por conta dele. Queria a certeza de que eu tivera uma visão, um aviso, uma benção, sei lá...qualquer coisa que me tornasse, quem sabe, um ser ... especial ? É. Acho que foi isso. Expectativa frustrada. O meu bebê, com cara de joelho, não se parecia em nada com aquele que falara comigo naquela noite. E nem poderia, concordam??? Pois é. Tive que engavetar aquele lindo sonho num lugar qualquer aqui da memória.

Oito ou nove meses depois, voltei a estudar. Precisava retomar a minha pós. Recomeço difícil. Marido contra. Sogra, a dele, a favor. Brigas, muitas. Chegou o sábado, primeiro dia de aula. Levantei-me às cinco da manhã, minha mãe me aguardava às seis, e eu só retornaria às cinco, da tarde. Foi um dia difícil. Quase não resisti às saudades e às críticas. Muita culpa e coração apertado o dia inteiro. Quando cheguei para buscá-la, as minhas pernas tremendo subindo as escadas, abri a porta desesperada, e ... lá estava a minha mãe, de pé, e ela, a minha bebê...

"... o cabelo dela, preto e cacheado, os olhos, amendoados, e igualmente pretos, lindos... a pele, branca, branca, branca... o vestido azul, ela, no colo da minha mãe, seu olhar, seu sorriso..."

Tudo igual. Tudo real. O tempo voltou no tempo. Maria Eduarda me disse com aquele olhar: "Estou aqui, mamãe, a sua Maria Eduarda..." E sorriu. E eu...dá para imaginar, né??? Continuo chorando... sempre que lembro, ou conto, ou , agora, digitando...

Náo foi um sonho. Não foi um delírio. Eu, Maria Eduarda e Papai do Céu sabemos disso.



sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Muita Gordelícia para pouca minhoca!!!!

Fala, Celita, como anda essa molezinha aí no paraíso???? Tá um saco???? Pede pra voltar, pede pra voltar!!!! Brincadeirinha, tá, nem se atreva a aparecer para mim, o coração não aguenta não, hein!!! Periga trocarmos de lugar...kkkkk (quanta pretensão a minha achar que o meu lugar é aí kkkkkk)

Estava te falando de seres superiores, lembra??? Pois é. De vez em quando a sua amiga aqui é presenteada conhecendo um deles. Sabe aquele que eu ía dar uns pegas no dia que você se mandou?? Acabou de se casar. Se inveja matasse, eu estaria aí te fazendo companhia... Ihhh, não precisa se culpar, amiga. Você aí de cima já deveria saber que ela já estava no caminho dele. Como eu sei???? Eu vi e meu Tarô não mente nunca!!!!

Mas hoje eu vou falar da minha querida Miss Gordelícia. Você iria gostar de conhecê-la. A-DO-RA o Bon Jovi, como a gente, só que ela conhece tudo de rock, ou muito mais do que nós duas, que conhecemos (e muito mal) só as metal ballads...Na verdade eu a reencontrei há pouco tempo. Tinha sido minha aluna. Inteligente, perspicaz, de um humor incrível. Gostosésima.

Ocorre que esse ser superior cismou com um carinha aí. Olha que eu já vi gente esquisita, mas igual ao Minhoca, é a prima. Minhoca tem quase 2m de altura, meio desengonçado e se acha tão superior a nós intelectualmente falando, que não consegue encontrar ninguém 'ao seu nível' . Ou seja, um babacão!!!!. Olha as pessoas como se fossemos seres primitivos. Disse-nos um outro amigo nosso que o Minhoca é assexuado. E por ter duas cabeças, não sabe se gosta de meninos ou de meninas.

Pra mim o problema do minhoca é com a minhoquinha dele... Ou então, coitado, não tem aqueles hormonios maravilhosos que nos fazem descer ao submundo dos prazeres carnais tão deliciosamente primitivos, não acha, Celita??? Vai ficar sempre na mão...literalmente.

Não dá para olhar para os dois e não pensar, é MUUUUUUUUUUUUUITA Gordelícia para pouca Minhoca!!!!!!! É claro, Celita, que eu disse isso a ela...

Ah, esqueci de te falar. Estou em FÉRIAS. Queria muito conhecer Paris, mas fechei um pacote para abril. Tá muito frio lá agora. Sem vocês, no frio e sozinha???? Beberia todo o vinho da França e me jogaria no Rio Senna. Suicídio?? Que isso, amiga. Amo viver. Estratégia. Quem sabe um francês não desce do seu cavalo branco e me salva???


Bjos, amiga do peito, das horas, de todas as horas!!!

sábado, 18 de setembro de 2010

Sabedoria

Sala de espera do consultório da minha dermatologista. Três mulheres esperando. Uma senhorinha, D. Maria Tereza, uma senhora não tão 'inha', D. Regina, e eu.

Maria Tereza: Preciso dar uma esticadinha aqui (mostrando as suas rugas nos olhos), vocês sabem, precisamos nos cuidar. Você é casada?

Eu: Não. Separada há 03 anos.

Maria Tereza: Mas não está sozinha, né? Com esse corpinho lindo, tão jovem, ainda dá para 'dar umas duas ou três transadinhas' pelo menos uma vez por semana. Tem que fazer, querida. Faz bem à pele!!!

Risos.

Maria Tereza: Sou casada há bastante tempo, mas não pense que é fácil, não. Ihhhh, separei-me e com ele voltei várias vezes. É que eu tenho uma alegria de viver muito grande. Adoro festas, receber pessoas. Mas ele é um verdadeiro ogro. Igualzinho ao daquele desenho. Como é mesmo o nome dele? Ah, "Shurek"...

Eu: Meu ex marido também não gostava muito do convívio social, apenas do feminino...

Maria Tereza: E você se separou por isso ??? Bobagem, querida. Sou a favor da poligamia. Aliás, sempre fui. Isso é da natureza do homem. E das mulheres também. Mas é que com a gente é diferente.

Eu: Cultural.

Maria Tereza: Isso. Cultural, minha filha. Pois é. Se fossemos educadas a entender esse nosso lado primitivo, todos os casamentos durariam muito, você não acha?? A natureza humana é curiosa, instintiva. Não entendo o porquê de reprimí-la.

E antes que eu pudesse responder, ela continuou.

Maria Tereza: Veja bem. Certa vez meu marido foi trabalhar na África. As mulheres de lá são lindíssimas. Carne dura, sabe??? Que homem não gosta de apertar uma bundinha durinha??? Ah, deixei ele lá por um bom tempo.

Gargalhadas. A terceira mulher, Regina, não resistiu e perguntou:

Regina: Mas enquanto vocês estiveram separados, não houve outros relacionamentos??

Maria Tereza: Ah não, querida. Relacionamentos não, mas muito beijo na boca, umas pegadas aqui, outras ali, sabe como é, né? Vai me dizer que de vez em quando, numa festa, você não olha para um cara e sente aquela coisa aqui dentro, aquela vontade de dar um beijo na boca. Isso é normal. Para a mulher também.

E ela continuava...

Maria Tereza: Mas, me diga, loirinha, o que você faz aqui??? Tão jovem, não está precisando de reparo, não, querida. Volte para casa.

Entra a assistente da médica a me chamar para a consulta.

Maria Tereza: Não se esqueça, querida. Duas ou trêsinhas, pelo menos uma vez por semana, hein?!! Vai adiar por muito tempo a sua plástica. Tá vendo a minha cútis, vou comemorar 50 anos de casamento na próxima semana e só preciso de uma esticadinha aqui, ó...

Entro na sala da Dra. Evilmara às gargalhadas...

Dra. Evilmara: Já sei. A D. Maria Tereza está na sala de espera. 76 anos. Toda vez que ela vem aqui, acabo perdendo uma ou duas pacientes...

Mais gargalhadas!!!!


Acabei de achar o presente ideal para as bodas de ouro da D. Maria Tereza:


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Enterrando o luto...

Então você viu as minhas fotos no orkut? É. Estão lindas mesmo. Obrigada. Perguntou pelas crianças, que, por sinal, estão ótimas. Mandou beijos para elas. Obrigada de novo.
Mas você não se conteve, não é mesmo? E eu, que tanto te pedi para me deixar quieta, para eu poder me acostumar com a sua ausência, para eu poder saber fazer dessa falta que você me faz algo suportável ... É, você não resistiu. Tinha que me dizer que estava com muitas saudades. Fingi que não li.
Mas você não deixou passar. Tinha que cutucar. Essa droga de ferida que toda vez que eu penso que está cicatrizando, você vem e a debrida...Tinha que retrucar e reclamar que eu não fui recíproca em sua manifestação de carinho. Diga agora, o que isso significa? Porque o meu coração e o meu corpo querem entender uma coisa, que não é coerente com o que você me obrigou a ouvir naquela manhã feia. Então para. Há muito entendi que não conseguimos suportar nossas diferenças. Se eu não soube, se você não tolerou, se eu falei demais e você de menos, que importa isso hoje, depois de tanto tempo? Já te falei sobre o tamanho da culpa que carrego; fui burra, errei, e saber que você também errou não me consola, porque continuo me sentindo incompetente. Mas e daí agora???? Ou depois??? Não, não quero mais sentir isso.
Egoísmo ou prazer mórbido seu? Carência? Necessidade de saber se ainda estou vulnerável? Disponível? Desculpe-me, mas isso só tem um nome para mim: covardia. Como diz o meu amigo do Alucinações Amorosas,"foi preciso nosso amor terminar para que eu enxergasse o que você me ensinou". Já te agradeci por tudo. Agora chega, tá? O inverno se foi. A primavera chegou. E o meu luto acabou de acabar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

E você? Sabe o sentido da palavra política???

Sempre ouço meu amigo Gus dizer que não devo desistir, que não devo anular meu voto, que devo dar uma chance aos que levantam suas bandeiras ideológicas, ufanistas, utópicas, sei lá mais qual adjetivo usar, para tentar resgatar o sentido nobre do vocábulo política. Fico sem defesa diante dos argumentos que ele inteligente e corretamente me apresenta, mas confesso que não me sinto nem um pouco estimulada a pensar diferente. Por que???

Deixo para Cora Rónai a resposta que sempre tento dar (mas não consigo) aos que inutilmente tentam me aliciar e me levar ao submundo do horário politiqueiro eleitoral.

"(...)
Para que uma campanha política consiga motivar os eleitores, ela precisa, em primeiro lugar ser ...política! Mas não há nada de político, no antigo e nobre sentido da palavra, no que nos vem sendo apresentado. O mundo em que os candidatos vivem não guarda nenhuma relação com a realidade que pretendem administrar. Aliás, salvo a Marina, os próprios candidatos deixaram de passar qualquer impressão de autenticidade. São fantoches de si mesmos, criaturas de propaganda que apresentam não o que são, mas o que gostariam de ser. Ou nem isso; apenas o que seus marqueteiros acham que vende melhor.
Assim, de pessoa notoriamente tida por prepotente e atrabiliária (mas diplomaticamente apresentada como "difícil"), Dilma tenta passar por senhora educada, por mãe ocasionalmente severa, mas sempre gentil e compreensiva; de oposicionista de poucos amigos, Serra pretende ser acessível, religioso, popular. Não é. Não são. Isso para não falar em todo o cardume menor, salpicado de criminosos e figuras ridículas.
O presidente , que devia pelo menos fingir que respeita as leis, usa sem qualquer pudor a máquina do governo, que há tempos deixou de ser para todos e transformou-se em criminosa ferramenta partidária; a oposição, cheia de aspas, desvirtua um tenebroso caso de polícia para tentar ganhar no tapetão, repetindo as práticas antidemocráticas do PT. Cadê a política nisso?! Cadê os projetos, cadê as propostas para educação, base de tudo, que está para o brejo à velocidade luz?"

Tudo bem. Também senti uma coloração um tanto 'es-VERDE-ada' a refletir do que acima transcrevi, mas, enfim, nada é perfeito.


terça-feira, 7 de setembro de 2010


Seres superiores também amanhecem tristes.

- Não, Dr., minha família está ótima. Meus filhos idem. Tenho sido bastante útil no meu trabalho. Há tempos fiz as pazes com as finanças e o príncipe encantado vai bem, obrigada. Está por aí, em algum lugar, me procurando, é claro. Uma hora ele me acha. Enquanto isso, vou colorindo algumas amizades. Amizades...amigos...Estão todos bem. Minha amiga Celita? Eu não lhe contei??? Dizem que ela está melhor do que nós. Tá bom, tá bom, sem clichês hoje.

Ah, Celita, como sinto a sua falta. De quando você dizia que eu era a melhor pessoa para se contar a mesma piada, dezenas de vezes. Só porque eu sempre ria na última como se fosse a primeira vez. E os nossos porres com os meninos???? Lembra daquela tequila na casa do Gus??? Quando acordei, debaixo daquele chuveiro gelado, e o quarteto morrendo de preocupação da loira aqui, me olhando como se eu fosse um ser extra galáctico. Eu, tremendo de frio, tentei levantar, chamei todos de filhos... da puta (só umzinho, prometo), escorreguei, e acabei caindo em cima do Igor. Tivemos uma crise de riso tão grande que foi todo mundo parar no chão também. Micão.

Falando em micão, já viu o comercial da Skol litrão???? Fala pra mim, você andou soprando um ventinho, uma colinha aí do céu para os caras que ganharam a conta?? Não??!! Então é plágio. Lembra do Eduardo dançando lambada com o Igor???? E as roupas??? E a pochete??? Sensacional.

Quantas vezes você, insegura, me ligou de madrugada para ler uma das suas petições? Quantas vezes discutimos os seus casos, que você dizia nossos, horas e horas? Você tentando me convencer a largar o TJ e entrar para o seu escritório e eu tentando te convencer a prestar concurso para a Defensoria...

Nao, não sei como o Eduardo está. Ainda não consegui falar com ele. Mas não fique triste, Celita. A vida continua para todo mundo aqui embaixo e sei que ele nunca vai te esquecer. Quem vai???

Celita, posso te confessar uma coisa??? Acho que a ficha só caiu agora. Não estou achando graça nenhuma sem você. Já sei, já sei. Clichês de novo. Você não sabe que não consigo passar mais de uma hora sem repetir um ??!!

Também ainda não tive coragem de ir à praia sozinha. Impossível chegar lá e não lembrar das nossas caminhadas na areia fofa. Tudo por um par de glúteos durinhos, você dizia. E eu, quando você ameaçava cansar, te matava de rir dizendo que o melhor remédio contra a força da gravidade era a força do pensamento. E entoava aquele meu mantra providencial. Eu dizia: " Vambora, Celita, concentra, as duas juntas, canta comigo: levanta bunda, levanta aummmmm levanta bunda....aummmmmm..."

- É sim, Dr, muito engraçado. Mas não estou com vontade de rir. Muito ao revés...Muito ao revés. Ela adorava usar esta expressão nas petições. Reveses...nossos de cada dia. Temos todos.

Terminei de ler um livro onde um dos personagens comentava a partida de uma pessoa querida. Ele dizia que a Magali é dessas que antes de morrer a gente deveria plantar para ver se nasce mais.

-Não, Dr. A minha amiga se chama CE-LI-TA!!! Magali é o personagem do livro, que morreu também.

Celita, não ficou alguma mudinha sua por aí, não???? Eu prometo que vou te colocar num cachepot bem bonitinho, te dar banho de sol, te regar com bastante tequila, te adubar com guacamole e conversar com você todos os dias...

Ah, qualquer hora eu te conto essa história de seres superiores...Beijos no seu coração.

- No seu não, Dr., no da Celita. O beijo foi para ela. Puxa, o senhor anda tão confuso...acho que está precisando de um...terapeuta.

domingo, 5 de setembro de 2010

Adorei isso...

SAFENA

Sabe o que é um coração
Bater ao máximo de seu sangue?
Bater até o auge de seu baticum?
Não, você não sabe de jeito nenhum.
Agora chega.
Reforma no meu peito!
Pedreiros, pintores, raspadores de mágoas
Aproximem-se!
Rolos, rolas, tinta, tijolo
Comecem a obra!
Por favor, mestre de Horas
Tempo, meu fiel carpinteiro
Comece você primeiro passando verniz nos móveis
E vamos tudo de novo do novo começo
Iansã, Oxum, Afrodite, Vênus e Nossa Senhora
Apertem os cintos
Adeus ao sinto muito do meu jeito
Pitos ventres pernas
Aticem suas velas
que lá vou de novo na solteirice
exposta ao mar da mulatice
à honra das novas uniões
Vassouras, rodos, águas, flanelas e cercas
Protejam as beiras
lustrem as superfícies
aspirem os tapetes
Vai começar o banquete
De amar de novo
Gatos, heróis, artistas, príncipes e foliões
Façam todos suas inscrições
Sim. Vestirei vermelho carmim escarlate
O homem que hoje me amar
Encontrará outro lá dentro
Pois que o mate.

Elisa Lucinda

terça-feira, 31 de agosto de 2010


Estive no Corcovado neste último domingo. Levei irmãos, sobrinhos, minha família...enfim, especialmente por isso, foi um dia muito especial. Não vou gastar aqui linhas sobre ser aquela uma das maravilhas do mundo, mas maravilhoso mesmo é descobrir o quanto se é pequeno diante do que se vê de lá. E é sempre como se fosse a primeira vez, cada companhia, um ângulo diferente ainda não descoberto...

Bom, virgindades à parte, nem tudo foi tão belo assim. Não sou carioca, sou nilopolitana, mas são cidades ...contíguas (rs), portanto, falarei como se da gema fosse. É tudo nosso??? Então, que porra de negócio é esse de se cobrar R$36,00 para pegar o trem do Corcovado,com um tempo mínimo de espera de 02 horas, ou ter que desembolsar R$44,00 para pegar uma van e evitar a espera????

Tá. Tem a manutenção das escadas rolantes, dos elevadores, dos banheiros, que estavam limpos meeeeeesmo, salários etc, etc, etc, que gera um custo, mas, para variar, fizeram disso um "negócio da china". Você tem noção de quantos turistas passam por ali por final de semana????

Acho que acabei de responder às minhas indagações. Não somos turistas, somos somente a população do Rio de Janeiro, estado ou cidade, e aquela maravilha não é nossa e não foi feita para a nossa contemplação.

Quem disse que foi????

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Enchantagem (Paulo Leminski)



de tanto não fazer nada
acabo de ser culpado de tudo

esperanças, cheguei
tarde demais como uma lágrima

de tanto fazer tudo
parecer perfeito
você pode ficar louco
ou para todos os efeitos
suspeito
de ser verbo sem sujeito

pense um pouco
beba bastante
depois me conte direito

que aconteça o contrário
custe o que custar
deseja
quem quer que seja
tem calendário de tristezas
celebrar

tanto evitar o inevitável
in vino veritas
me parece verdade

o pau na vida
o vinagre
vinho suave

pense e te pareça
senão eu te invento por toda a eternidade

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Profissão de Febre



quando chove,
eu chovo,
faz sol,
eu faço,
de noite,
anoiteço,
tem deus,
eu rezo,
não tem,
esqueço,
chove de novo,
de novo, chovo,
assobio no vento,
daqui me vejo,
lá vou eu,
gesto no movimento

Paulo Leminski

domingo, 22 de agosto de 2010

Coisa natural da vida


Quarto totalmente escuro. Meus filhos e eu. Uma cama queen size e uma de solteiro. É assim que dormimos e só dormimos assim.
-Mãe, sabia que o tio do João Vitor morreu?
-Sabia, Bb.
Miguel ficou em silêncio por alguns segundos e então começou a chorar compulsivamente.
-Filho, o que você tem? Fala pra mim, não chora...
-Mãe, e se você, o papai, a Vó Nabiha e o Vô Miguel morrer (sic), como eu vou ficar???
Aquilo me pegou de surpresa. Odeio surpresas. Não sei lidar com elas. Acabo sempre fazendo ou falando m. Quase perguntei, 'mas filho, tem que morrer todo mundo assim de uma vez???'. Mas uma coisa me chamou a atenção. Ele não incluiu a minha mãe, que é a paixão dele. Não resisti.
- E a Vó Judite?
Muito rápido, sem titubear, com toda a certeza do mundo, Miguel respondeu:
- Não mãe, a Vó Judite só tem 66 anos e ela é muito forte. Ela leva a gente pro campinho e joga muita bola. A minha Vó Nabiha e o Vô Miguel é que têm muita doençinha. A Vó Judite não.
Suspirei aliviada porque poderia ter causado mais dor incluindo a minha mãe naquela incursão. Mas o alívio não durou muito tempo. Nossa, a Vó Judite é imortal para ele, e apenas ela. Mas não quero pensar nisso agora.
Esse é um tema (a morte) que, cedo ou tarde, invade o coração das crianças em determinada fase, mas não sabia o que dizer naquela hora. Sem contar que surpresas são inimigas do meu raciocínio, fazem pressão. Não funciono sob pressão. Meu QI emocional é 0, e já melhorei muito. Fui salva pela Maria Eduarda, minha libriana justa, do alto de sua sabedoria de 09 anos de idade.
- Miguel, presta atenção na sua irmã. Isso é coisa natural da vida.
Disse ela.
- O que é coisa natural da vida?
- É assim, ó, a gente nasce, cresce, fica velhinho e morre. Todo mundo é assim. Não fica triste não. Isso acontece com todo mundo.
-É assim, mãe?
- Exatamente assim.
- Aquilo tudo, tá mãe. Você ora? Não esquece de orar pelo papai. Quando terminar, diz amém.
Esse é o nosso código de boa noite. Nessa ordem. Um sempre começa. E digo em seguida, para cada um deles:
- Pra você também. Sempre oro (pelo pai deles).
Nem sempre rezo, oro, ou converso com Ele. Essa é a hora que Morfeu me abandona, pensamentos me invadem e ela, essa insônia, me cumprimenta.
- Mãe, você já orou?
- Já. Amém.
-Amém.
-Amém.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Falésia : forma geográfica litoral, caracterizada por um abrupto encontro da terra com o mar. (wikipedia)



Estava revendo meus álbuns quando achei essa foto aí de cima. Mais do que lembrar desse dia, quando chegamos lá no alto, em Morro Branco, Fortaleza, lembro-me da expressão de felicidade no rosto do Zé, olhando para o meu. A minha alegria o encantava mais do que todo aquele tom lindo de laranja que refletia daquelas falésias. A minha emoção, que tentava escorrer pelas lágrimas que eu não deixava rolar, o comoveu. Foi como se, naquele momento, ele tivesse compreendido porque o caminho de um ser tão diferente havia cruzado o dele...para me proporcionar momentos tão felizes (obrigada). O nosso amor deixou marcas lindas, como aquelas falésias que visitamos, expressão perfeita para um encontro intenso e abrupto. Eu, Terra. Você, mar.

domingo, 15 de agosto de 2010

Carpinejar.blospot.com

Acabei de assistir à entrevista que Fabrício Carpinejar deu a Jô Soares. Sensacional. Que figura!!!! Estou louca para comprar 'Mulher Perdigueira', que, usando suas próprias palavras, é uma biografia do poeta. Se tivesse demorado mais um pouco a nascer, com tantos cromossomos femininos, certamente Carpinejar seria 'ela'. Que pena que ele já encontrou sua Cíntia...rs



(será que ao copiar sua foto do blog aqui para o meu terei que pagar pelos direitos autorais??? Hummm, pode cobrar, querido, aceita pagamento in natura???? De qualquer forma, peço licença desde já...mas para a Cíntia..Um beijo na sua boca, Carpinejar lindo!!!)

sábado, 14 de agosto de 2010

Amor da sua vida


(...)
Falo ininterruptamente
você nao se cansa
de minhas histórias ouvir
ri, sorri, de mim se encanta
me cuida, se entrega
me faz dormir
então...termine logo isso aí
vem, não demore a saber
mas não se apresse, não vou desistir
porque sei que qualquer dia
você vai me (re)conhecer...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mesma foto, retratos diversos



Essa coisinha aí atrás da minha foto cheia de letrinhas é a 'tataravó' da minha mais recente aquisição, meu notebook, e foi dada à Raquel Cristina por seu padrinho (aquele do reencontro mágico da minha infância), num último Natal que reuniu todos da minha família. Pequenininha, branquinha, do tamanho do colo da Raquel. Meu padrinho me conhecia mais do que a ele mesmo. Sabia que um dia ela me ajudaria a contar histórias.

E a primeira por pouco não acabou numa tragédia. Um presentinho inocente??? Que nada!!! Pivô da tentativa de suicídio da caçula das Marias.

Tia Fernanda, a tal caçula, tinha 02 anos quando o clã dos Bartolos desembarcou cá nesta p. desta terra. Não que a deles fosse muito melhor. É que a família da minha mãe é a única que conheço de além mar que aqui chegou e mais pobre ainda ficou. Nem uma padaria, um mercadinho, ou uma tendinha qualquer. Puta que pariu!!! Nada. Mas, enfim, deixa pra lá. Voltemos ao suicídio.

Pois bem. Naquele Natal, foi feita uma última tentativa de amigo oculto. Canso de falar que isso não dá certo. Mas diziam, " É mais econômico. Todo mundo ganha um presentinho e ninguém fica triste." O problema é que nem todos queriam ganhar só um presentinho, e quando alguém ganhava um presentão, puta que pariu de novo, o amigo virava inimigo.

Como ninguém me ouvia, restava a mim ser a 'desmancha-prazer', a chata. Eu não sossegava enquanto não descobrisse todos os ocultos. Fazia charme para uns, mentia sobre o meu para outros, enchia o saco mas ía formando a minha listinha. Vovó tirou Tio Joaquim. Tio Joaquim tirou Tia Lourdes. Tia Lourdes tirou Mamãe. Mamãe tirou Tia Fernanda...Bom, chegou o dia do Noel e lá estava eu, orgulhosa por ter desvendado quase todos. Só restara saber quem o meu amado padrinho havia tirado e quem havia me tirado. É, sou loira de nascença.

Quando ele chegou com aquele embrulho enorme - a minha Hermes Baby, Tia Fernanda arregalou seus goooordos olhos e deixou-se trair descaradamente por uma inveja que a matava lentamente.

"Só pode ser pra malcriada da Raquel. É a filhinha dele, não é??? Mas quem fica aqui na cozinha sou eu, quem faz a comida sou eu!!!"

Pra resumir essa quase tragédia, o que era um quase comum nas reuniões dos Bartolos, quando os amigos ocultos se declararam e os presentes foram abertos, minha querida Tia Fernanda e seu ego do tamanho da sua barriga se trancaram no banheiro com uma faca.

"Ai, Jesus, acudam a minha menina!!! Oh, Fernanda, que tú estás a 'fazeire' uma sandice!!!", gritava minha avó, tadinha, batendo à porta.

" Se tentarem entrar, eu me mato, eu me mato! Olha o que eu ganhei, olha o que eu ganhei, um jogo de copos!!! Com tanto copo de geléia aí, pra que um jogo de copos????"

Senti tanta raiva dela quando ouvi isso que pensei, "Enfia a faca logo nesse bucho e para de falar mal dos copos que a MINHA MÃE te deu, sua Casa da Banha!!!" ( ainda não dominava a arte dos palavrões nessa época).

Tudo acabou bem, e não fosse a covardia daquele ego horroroso, hoje eu não estaria aqui rindo. Tia Fernanda, minha gostosa Tia Nananda, será sempre aquela adultolescente sem limites, que pensa que a vida gira em torno de um baleiro de um botequim qualquer, e que meus filhos e sobrinhos amam de paixão. Seu ego continua dodói, mas sua alma é tão doce quanto os milhares de bolos, tortas, mousses, pudins, babas de moça, brigadeiros, beijinhos etc, etc, etc, que ela nos prepara até hoje. E também por isso, continua sendo a atração principal das nossas festas. Mas sem facas.

On second thought...esperem um pouco, acabou de me surgir uma idéia pavoroooooosa (kkk). Meu padrinho e a tia Fernanda não se davam nada bem...

Padrinhooooooooooo!!!!

--------------------------------------------------------------------------------------------

Ontem um amigo, lá do Amor de Papelão, me falou do seu projeto de escrever um livro contando histórias de sua família. Desculpe-me, amigo, por copiar a sua idéia. É que as da minha família também são tantas e eu os amo tanto, que não resisti...Essa daqui, por exemplo, deveria ter sido a primeira da minha Hermes Baby. E é. Como toda tataravó sábia, ela ficou ali, quietinha, esperando esse seu tataraneto aqui chegar para ouvi-la e contar a vocês.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Seus espinhos, meus afetos


Dia dos pais. Das mães. Das crianças. Das avós. Essa coisa de se eleger um dia por ano para dizer eu te amo para alguém (e de quebra, comprar um presentinho) faz com que eu me sinta mais gado do que nunca. Será que tem como fugir disso? Muitos dirão que não, que precisamos viver em grupos, grupos que se organizam, que criam regras, desenvolvem costumes, e formam uma cultura. Conservadora, liberal, materialista, consumista ... não importa o nome que se dê, é assim que elas vão se definindo. É assim e ponto. Ah, mas esse ponto não pode ser final.

A transformação, embora lenta, é possível. Melhor, é inevitável. Lembro-me de que, quando criança, só podia ter um abraço do meu pai nos dias de nossos aniversários, Natal e Ano Novo e, é claro, no dia dos pais. Não que isso o tivesse impedido de ser um excelente pai, ou que ele não amasse seus filhos, mas a ele fora ensinado que essas demonstrações físicas ou públicas de afeto só poderiam acontecer em datas festivas. Eram paradigmas que nós tínhamos que aprender a aceitar.

Pois é. Alguns têm facilidade para a coisa. Outros, como eu, sofrem mais, porque questionam, e muitas vezes não conseguem quebrá-los, os tais paradigmas. Tá vendo a cara embirrada lá da foto??? Eu sei, eu sei, já faz muito tempo... a cara aqui é outra, mas a marrenta continua a mesma.

Sei que as manadas nos são necessárias, nos protegem de predadores, nos confortam nas perdas. Mas aprender a respeitar as diferenças, digo, aprender a respeitar por causa das diferenças, também é uma questão de sobrevivência. Sabe aquela historinha dos porcos espinhos na era glacial? Eles se uniram, agasalharam-se e juntinhos ficaram muito, muito pertinhos para enfrentar o inverno. Mas seus espinhos incomodaram, feriram, magoaram tanto uns aos outros que eles começaram a afastar-se, e, sozinhos, começaram a morrer de frio. Perceberam então que, para sobreviver, tinham que se aproximar novamente, com jeitinho e precaução, mantendo uma distância mínima suficiente para que eles, assim convivendo, pudessem se aquecer novamente e resistir à era glacial.

Já fui muito mais intransigente com os espinhos alheios. Hoje procuro não ser nem intolerante, nem tolerante, porque - sempre cito Saramago - ser uma coisa ou outra nos confere um ar de superioridade, o que eu procuro evitar. Pelo menos eu tento, porque essa não é uma tarefa fácil. Mas também não preciso de permissão para ser diferente. Isso me é inerente e independe da vontade de quem quer que seja, mesmo sabendo que existe uma busca incongruente pela aceitação através do 'ser igual'. Igual nos atos, gostos, falas e o mais. Momento manada. Não se iluda, todos o temos.

Mas que eu seja bem querida e também queira bem justamente por conta delas, as minhas e as suas diferenças, os nossos espinhos. Acho que é assim que se desenvolve o afeto nas relações. Não importa em que ele vai se transformar ou em como, onde, quando ele se iniciou, se numa paixão meteórica ou numa amizade serena, numa briga de trânsito ou na balada do fim de semana, se é de longa data, ou recém chegado. Mas ele tem que existir. No seu dia-a-dia, na sua família, no seu trabalho, nos amores da sua vida, ou simplesmente no sexo pela simples troca de prazeres. É de afeto que precisamos. É ele que eu busco sempre.