Estrelas

sábado, 30 de outubro de 2010

Milagres...

Nas nossas conversas na cama...

Miguel: Mãe, milagres existem?
Eu: Claro. Se você acreditar. Por quê?
Miguel: É que eu preciso de dois ...
...
Eu: Dois???
Miguel: É mãe, um pro meu pai deixar eu sair do judô e outro pra ...
Silêncio. Tenho medo de perguntar... Miguel suspira e continua...
Miguel: O outro é pra tirar o meu avozinho do hospital e trazer ele de volta pra mim.
'Engoli' o choro e o abracei forte.

Alguns dias depois...

...Miguel não faz mais judô. É. Milagres existem. Quanto ao Vovô Miguel, Seu Mehkail, S. Miguel, aquela figura doce, meu eterno sogro, pai exemplar, avô irretocável, apaixonado pelos netos... Papai do Céu precisava dele lá em cima e ele nos deixou essa noite. Sei que ele está em algum lugar, em algum bom lugar. Cuida dele por mim, Celita.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ei, psiu...

Não ter asas e poder voar - Foto por Ana de Souza



Não estou procurando alguém para cuidar do meu coração. Não que você, caro candidato, ou outros, não possam fazê-lo, mas é que falando desse jeito me parece que estou transferindo para terceiros a responsabilidade de ser feliz ou de ser infeliz. É nisso que não acredito.
Se reconhecemos e não sabemos administrar riscos, o problema é só nosso, quero dizer, de cada um. Quando uma porta se abre e um raiozinho de luz me aparece, ainda que timidamente, para mim é o divino se manifestando na minha vida, e me dando licença para dele me aproveitar, e me aquecer, enquanto ele durar.
Medos??? Vão sempre existir. Mas e daí??? Como diz um amigo meu: "O não você já tem; então, vá atrás do sim." E se o sim não vier, chore, esperneie, volte uma, duas, três, quantas casas tiver que...mas não fique estacionada, parada, sem perspectivas. Foi assim que consegui sair da condição de vítima da minha própria generosidade. É nisso que eu acredito e isso me faz feliz.


Contra politicagem... É da Elisa, a Lucinda. Adorei.


SÓ DE SACANAGEM

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

Elisa Lucinda

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Receita básica para mal estar







Essa música funciona para mim como aquele chazinho que a vovó costuma preparar quando o netinho ou a netinha enfiam o pé na cachaça, na feijoada , na jaca toda e precisam de uma ajudinha para se livrar daquele mal estar. É batata. Não. É boldo!

Sem graça? Também achei. Mas esse é o espírito da coisa, o dessa coisa loira aqui. Sabe quando você acorda, mas não tem vontade de levantar; levanta mas não tem vontade de fazer nada, e quando tenta só faz merda???? Hoje eu estou assim. Não é o Mr. Murphy. É assim, ó, assim... um aperto no peito, que não sei de onde vem ou o porquê. Tá bom. Sempre se sabe. Mas não estou a fim de fuçar. Deve ser esse Saturno que não larga do meu pé, sempre colocando essas travas no meu caminho (ah como é bom achar 'alguém' para culpar...rs).

Então, quando não se tem aqueeeeele motivo aparente, mas o sorriso custa a aparecer, você não quer dar bom dia para ninguém (coisa feia!) e o único que te entende é o seu Dr. Travesseiro, eu tomo uns golinhos dessa música aí do video (e nessa versão, porque tem uma, live, que nem Jesus aguentaria). Não perguntem porque; não conheço a banda, a letra é bla bla blá, o vocalista não é o Bon Jovi (suspiros) e só sei que eles se chamam The Calling porque procurei a porra da música nesse tal de You Tube, que vive me salvando e eu continuo dizendo que é uma bosta!!!!

Ah, e tem que ser dirigindo!!!! O CD já fica guardadinho num cantinho especial. É só ouvir, e... boldo!!!! Boto tudo para fora. Ouço e choro, ouço de novo e...choro. Toco mais uma, duas, três vezes ...até desidratar. Pronto. Estou melhor.

Viu como é fácil???? Queria muito fazer este exercício ouvindo Chopin ou Beethoven, mas, confesso que, se não for a do tan tan tan tan, não saberei distinguir um do outro . Assim como também não saberia distinguir um Manet de um Monet. Não fui exposta à erudição, às artes. À literatura, um pouquinho, mas matava as aulas, para não ter que matar as professoras... Fico feliz em ter em casa o meu Bolero de Ravel, que ouço no mais alto volume. Mas nem ele, nem Chico têm o mesmo efeito colateral da 'música' suso citada. Vai saber...Bom, fato é, eu adoro essa música, adoro a letra e sempre choro quando a ouço, estando triste ou não.

(Suso???? kkkkkkk Só eu mesma!!!)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

To Maria Eduarda

"Sshhhhhh...calma bebê, é a mamãe ..." E ela acalmou, e eles desabaram...kkkk


Acabei de ler o post sobre o nascimento do Leo, afilhado do meu querido Ivan, do Amor de Papelão, e isso me fez ter vontade de falar um pouco sobre os meus filhos (não é inveja, é corujice pura) . Sei que toda mãe, todo pai, tem uma história especial de filho para contar, ou mesmo várias, e, com certeza, a minha não será a primeira, mas, pelo óbvio, é a mais especial (rs). Minha bebezona acabou de completar uma década ao meu lado, e isso merece um ' postzinho'.

Poderia começar com aquela tarde de sábado, quando, enquanto dirigia pela Av. Brasil, voltando da minha pós, lembrei-me do sonho da noite anterior. A imagem que me veio de repente foi a de um bracinho, fino, branco, delicado, etéreo, entrando pelo meu corpo (pelo mesmo lugar por onde os bebês saem quando o parto é esse tal de 'normal'). Sonho esquisito, pensei. Pois bem. Alguns dias após descobri-me grávida. E pelos cálculos feitos pelo obstetra, 'ela' havia sido fecundada naquela tal noite. Coisas de Papai do Céu...

Com o resultado positivo, vieram os enjôos. Sabe o que é emagrecer OITO kilos no início de uma gravidez??? Nem queira. Mas ninguém me dava muita bola, exceto a minha mãe, que me fazia bolinhos de chuva num verão de 40º e torrou todos os tacos antigos da casa numa fogueirinha no terraço, só para eu matar o desejo de comer casca de batata doce assada na brasa. Delícia??? Você leu direitinho??? Eu senti desejo de comer A CASCA, e não a batata!!!! E a minha cara ficou da cor do carvão...linda!!!! Pergunta se eu vomitei??? Nadica. Mas deixa isso pra lá.

Maria Eduarda se recusava a mostrar o sexo desde as primeiras tentativas. Já estávamos caminhando para o oitavo mês e nada. Toda vez que ela sentia aquela meleca gelada na minha barriga, a danada cruzava as pernas. É vero. Dava para ver o X no video. Eram os femur (sic) da danada. Viu como ela já era comportadinha aqui dentro???

Então tive um outro sonho. Eu chegava em algum cômodo de uma casa e lá estava a minha mãe, em pé, segurando no colo um bebê , já durinho. Era uma menina . E ela, a bebê, me falava, com aquele olhar que jamais vou esquecer, "Não, mamãe. Não é um menino. Sou eu, a sua Maria Eduarda" . E sorria. Foi tudo tão claro, tão nítido, tão real que, mesmo já com os olhos abertos, por alguns segundos não sabia mais se ainda estava dormindo, se estava acordada, ou onde eu estava...uma confusão só. Ria e chorava ao mesmo tempo. Tá. Não é muito difícil fazer uma grávida, aquariana, com ascendente em câncer, chorar. Muito menos rir. Mas foi realmente impressionante.

Troquei de roupa, 'chamei' o elevador, desci correndo pelas escadas, e cheguei à loja do então futuro papai, sem sequer me lembrar de escovar os dentes ou de tirar as ...pantufas!!!! Já entrei lá gritando, " É a Maria Eduarda, é a Maria Eduarda!!!". Eu não conseguia parar de falar, de repetir, de contar o sonho o tempo todo, como se temesse que qualquer detalhe pudesse me escapar naquela manhã. O cabelo dela, preto e cacheado, os olhos, amendoados, e igualmente pretos,lindos ... a pele, branca, branca, branca... o vestido azul, ela no colo da minha mãe, seu olhar, seu sorriso...até que uma voz estranha me tirou daquele surto. Era uma funcionária, se não me falha a memória de nome Regina, me perguntando sobre a cor dos olhos, no que respondi que eram pretos, como os do pai.

Chegou o dia do parto: 04 de outubro de 2000. Ela só nasceria à noite. Passei o dia falando com o marido, a mãe, o obstetra, o anestesista, a enfermeira, o guarda da maternidade, o flanelinha etc, etc, etc, que eu NÃO QUERIA DORMIR DURANTE A CESÁREA e que, já que não seria a primeira a vê-la chegar ao mundo, que fosse a primeira a falar com ela. É isso mesmo. Proibi todo mundo de abrir a boca na hora H. Queria que fosse minha a primeira voz que ela ouvisse. E não é que me obedeceram??? Quando Maria Eduarda nasceu, fizeram um silêncio tão comovente, que eles (obstetra, enfermeira, anestesista, pediatra, cunhada, prima da cunhada, marido da prima da cunhada, irmã, mosca...), percebendo que ela ficara quietinha ao ouvir a minha voz dizendo baixinho: " shhhhhhh, calma bebê, é a mamãe", desabaram todos ...e aí ...foi um choro só.

(Da visita da mosca no meio do parto, em pleno centro cirúrgico, eu só soube depois. Não, não 'processei' a maternidade. Já disse que não nasci pra ganhar dinheiro???? )

E o sonho???? Bom, parte daquela minha ansiedade se deu por conta dele. Queria a certeza de que eu tivera uma visão, um aviso, uma benção, sei lá...qualquer coisa que me tornasse, quem sabe, um ser ... especial ? É. Acho que foi isso. Expectativa frustrada. O meu bebê, com cara de joelho, não se parecia em nada com aquele que falara comigo naquela noite. E nem poderia, concordam??? Pois é. Tive que engavetar aquele lindo sonho num lugar qualquer aqui da memória.

Oito ou nove meses depois, voltei a estudar. Precisava retomar a minha pós. Recomeço difícil. Marido contra. Sogra, a dele, a favor. Brigas, muitas. Chegou o sábado, primeiro dia de aula. Levantei-me às cinco da manhã, minha mãe me aguardava às seis, e eu só retornaria às cinco, da tarde. Foi um dia difícil. Quase não resisti às saudades e às críticas. Muita culpa e coração apertado o dia inteiro. Quando cheguei para buscá-la, as minhas pernas tremendo subindo as escadas, abri a porta desesperada, e ... lá estava a minha mãe, de pé, e ela, a minha bebê...

"... o cabelo dela, preto e cacheado, os olhos, amendoados, e igualmente pretos, lindos... a pele, branca, branca, branca... o vestido azul, ela, no colo da minha mãe, seu olhar, seu sorriso..."

Tudo igual. Tudo real. O tempo voltou no tempo. Maria Eduarda me disse com aquele olhar: "Estou aqui, mamãe, a sua Maria Eduarda..." E sorriu. E eu...dá para imaginar, né??? Continuo chorando... sempre que lembro, ou conto, ou , agora, digitando...

Náo foi um sonho. Não foi um delírio. Eu, Maria Eduarda e Papai do Céu sabemos disso.



sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Muita Gordelícia para pouca minhoca!!!!

Fala, Celita, como anda essa molezinha aí no paraíso???? Tá um saco???? Pede pra voltar, pede pra voltar!!!! Brincadeirinha, tá, nem se atreva a aparecer para mim, o coração não aguenta não, hein!!! Periga trocarmos de lugar...kkkkk (quanta pretensão a minha achar que o meu lugar é aí kkkkkk)

Estava te falando de seres superiores, lembra??? Pois é. De vez em quando a sua amiga aqui é presenteada conhecendo um deles. Sabe aquele que eu ía dar uns pegas no dia que você se mandou?? Acabou de se casar. Se inveja matasse, eu estaria aí te fazendo companhia... Ihhh, não precisa se culpar, amiga. Você aí de cima já deveria saber que ela já estava no caminho dele. Como eu sei???? Eu vi e meu Tarô não mente nunca!!!!

Mas hoje eu vou falar da minha querida Miss Gordelícia. Você iria gostar de conhecê-la. A-DO-RA o Bon Jovi, como a gente, só que ela conhece tudo de rock, ou muito mais do que nós duas, que conhecemos (e muito mal) só as metal ballads...Na verdade eu a reencontrei há pouco tempo. Tinha sido minha aluna. Inteligente, perspicaz, de um humor incrível. Gostosésima.

Ocorre que esse ser superior cismou com um carinha aí. Olha que eu já vi gente esquisita, mas igual ao Minhoca, é a prima. Minhoca tem quase 2m de altura, meio desengonçado e se acha tão superior a nós intelectualmente falando, que não consegue encontrar ninguém 'ao seu nível' . Ou seja, um babacão!!!!. Olha as pessoas como se fossemos seres primitivos. Disse-nos um outro amigo nosso que o Minhoca é assexuado. E por ter duas cabeças, não sabe se gosta de meninos ou de meninas.

Pra mim o problema do minhoca é com a minhoquinha dele... Ou então, coitado, não tem aqueles hormonios maravilhosos que nos fazem descer ao submundo dos prazeres carnais tão deliciosamente primitivos, não acha, Celita??? Vai ficar sempre na mão...literalmente.

Não dá para olhar para os dois e não pensar, é MUUUUUUUUUUUUUITA Gordelícia para pouca Minhoca!!!!!!! É claro, Celita, que eu disse isso a ela...

Ah, esqueci de te falar. Estou em FÉRIAS. Queria muito conhecer Paris, mas fechei um pacote para abril. Tá muito frio lá agora. Sem vocês, no frio e sozinha???? Beberia todo o vinho da França e me jogaria no Rio Senna. Suicídio?? Que isso, amiga. Amo viver. Estratégia. Quem sabe um francês não desce do seu cavalo branco e me salva???


Bjos, amiga do peito, das horas, de todas as horas!!!