Estrelas

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Isso

Não posso dizer sou indiferente
tamanha felicidade
fez doer demais
ficar feliz por você
hipocrisia em clichê
Livrou-se da solidão
que bom,
quisera eu, da rejeição
como Claudio e Carolina
até no nome combina
só me resta ao português apelar
trocar o pronome e pronto.
Tiro o esse e boto o isso
É isso!!!
Não digo mais
é esse quem eu quero
mas sim, é isso
Um amor desses
como o de Claudio e Carolina
lindo assim
É só isso o que eu quero para mim.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Literatura e Best Sellers




Li um comentário hoje sobre certa autora de livros, a maioria best sellers, direcionados às meninas adolescentes. "Não é literatura o que ela faz". Bom, quem sou eu para ousar definir o que seja literatura, apesar de ser um tanto quanto familiarizada com o (pre) conceito do que literatura seja. Estive próxima durante um bom tempo daqueles que 'odeiam' os best sellers e em cujas estantes só cabem os clássicos, que por sua vez dispensam apresentação. Mas não podemos esquecer que vivemos em um país em que não se prima pela educação, pelo conhecimento, como instrumento para a libertação e transformação, mas apenas como instrumento de plataformas políticas eleitoreiras. Querem erradicar o analfabetismo, mas só visam à alfabetização funcional. Se você sabe ler e escrever, então já está muito bom. "Não, não precisa entender, interpretar, questionar. Deixa que nós fazemos isso por você..."
Aí você vê um grupo que se identifica com determinado autor, os números crescem (os de venda) e aparecem na mesma proporção que a desconfiança quanto à qualidade do trabalho. E isso é muito bom, porque é preciso ler, avaliar, criticar. Mas não porque o material seja um best seller. Não porque aquele determinado autor não tenha a formação acadêmica de um Machado de Assis, um Rui Barbosa. Mas, talvez, porque a examinada obra não atenda ao que se propôs. Ter ou não ter público alvo? Qual faixa etária? A abordagem é histórica, psicológica, filosófica, terapêutica, todas juntas? Não deve ser muito fácil estabelecer parâmetros para qualificar ou desqualificar determinado trabalho. E se os critérios forem simplesmente objetivos, como se distanciar da subjetividade daquele que avalia? Bom, não tenho as respostas aqui; não sei se as terei um dia, mas fico muito feliz em saber que as adolescentes estão procurando a sua 'literatura'; se esta não for 'boa', pelo menos estarão exercendo e adquirindo o hábito da leitura. É um tardio, mas sempre bom começo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Estranheza do mundo

Olho a árvore e indago:
está aí para quê?
O mundo é sem sentido
quanto mais vasto é.
Esta pedra esta folha
este mar sem tamanho
fecham-se em si, me
repelem.
Pervago em um mundo estranho.
Mas em meio à estranheza
do mundo, descubro
uma nova beleza
com que me deslumbro;
é teu doce sorriso
é tua pele macia
são teus olhos brilhando
é essa tua alegria.
Olho a árvore e já
não pergunto "para quê"?
A estranheza do mundo
se dissipa em você.

Ferreira Gullar

Ser criança, ser puro, ser livre


"Rosas são vermelhas
violetas são azuis
você é minha princesa,
Do castelo quero ser seu escravo
você é mais bonita
do que o por do sol
Seus cabelos loiros lisos como seda
que sorriso lindo o seu"

De: Adimirador (sic) secreto
Para: Raquel "

Essa é a primeira manifestação 'literária" de Miguel Antonio S H Jacoub, nascido em 18/02/2003, aquariano impulsivo, como a mãe. Sim, é meu filho. Meu orgulho. Meu amor.


"Rosas são vermelhas
Violetas são azuis
Você é mais cheirosa que as flores
E é mais brilhante que a luz
Você é a rainha do meu coração
O seu jeitinho de ser me encanta
Você é bem carinhosa
Mas as vezes se irrita
Como daquela vez que chamou o cara de anta"

...e esse é um dos inúmeros versos que Maria Eduarda S H Jacoub, nascida em 04/10/2000, libriana justa, já escreveu para mim. Sim, é minha filha, meu orgulho, meu amor.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Recomponha-se.

Por que tanta dificuldade em admitir que fomos rejeitadas e que isso não é o fim do mundo? Puro narcisismo. Ele não te quis e pronto. Não gostou do seu beijo, do seu cheiro. Vocês não curtem os mesmos filmes , não lêem os mesmos livros. Ele gosta de MPB, você de Lady Gaga. Ou ele fuma e você é alérgica. Enfim , são tantos os motivos que levam a um desencantamento, e com certeza maiores do que os que levaram à aproximação. Então, agradeça. Desconstrua a imagem que você criou e pela qual você se apaixonou. Não, ele não é complicado. Você é quem está complicando. Essa responsabilidade é somente sua. Não o culpe, pois ele apenas exerceu o seu mais básico direito de fazer as próprias opções. Faça a sua agora. Recomponha-se. E não vá confundir o seu intenso desejo de amar com o próprio amar.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Uma vida cheia de "nada"????

Adoro ir ao cinema. Fico fascinada desde a entrada, com todos aqueles 'banners' anunciando as melhores cenas, os nomes dos atores em destaque, os casais e os querendo se tornar na fila... fico ansiosa para entrar logo na sala, olhar aquele telão enooooooorme, me perder no escurinho procurando o lugar marcado, a pipoca com coca cola (adooooro!!!) e um chocolate para arrematar o lanche. Se me convidarem, e a companhia for boa, assisto a qualquer filme, com o bonequinho da crítica em pé, sentado ou dormindo.
Mas confesso que ir ao cinema sozinha sempre me agradou muito mais. Enquanto estudante de Letras, lá no velho barracão da UFRJ, fugia das aulas chatas para dar um pulinho ali na Cinelândia e assistir ao filme do dia, da semana, da hora. Qualquer um. Puxa, como pude deixar esse hábito de lado??!!! Trabalho, outra faculdade, estágio, casamento, filhos, cirurgias oftalmológicas, separação...foi um longo inverno sem sair da caverna.
Há pouco tempo disse a alguém que só gostava de assistir a campeões de bilheteria e cartoons. Menti. Woody Allen? Respondi que não gosto... mas eu o adoooro! Se não assisti a todos, li todos os comentários a respeito. Menti de novo. Por que??? Vai saber... talvez estivesse me boicotando, dando motivos menos doloridos àquele alguém para me rejeitar. Mas isso eu conto outro dia.
O que quero dizer é que, felizmente e aos poucos, estou recuperando aquele prazer de antes. Esta semana "O Segredo dos seus olhos" foi o escolhido. Maravilhoso. Tá bom...depois do que eu comentei acima você há de concluir que não tenho lá muitos parâmetros para ousar recomendar qualquer filme. Não havia lido as críticas, que são "boas", e admito que o escolhi porque era o da hora e o do local. Fiquei encantada. A história convence, há um mix de romance, suspense, policial, reune diálogos primorosos, tem um humor perfeito, sem ser banal...e um final surpreendente. Enfim, vale a pena. Ah, o título lá em cima foi uma das frases desse filme que ficaram aqui na minha cabeça...quando o martelo parar, escrevo sobre ela...

terça-feira, 15 de junho de 2010

Política e preconceito

Não entendo quando dizem que é hora de uma mulher governar o país, e , melhor ainda, se a mesma for negra e pobre. Entendo que devemos eleger alguém competente, capaz de recuperar a dignidade pública e acabar com, ou pelo menos diminuir, essa bandalheira que anda por aí. Não estou à procura de rótulos, quer dizer, esse alguém poderá ser um homem ou uma mulher, branco, negro, amarelo, vermelho, porque não estou interessada no sexo ou na cor do indivíduo, mas em me fazer representar por alguém que seja digno do cargo que irá ocupar.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A dor é essencial

"Vivê-la feliz". Parece, mas esta frase não é refrão de uma música conhecida, nem uma daquelas de efeito "pinçada" de um desses sites que facilitam a vida de pseudo leitores. É de fato a orientação que procuro dar à minha vida. Sou muitíssimo feliz, e posso lhes garantir que não sucumbi à tal ditadura da felicidade imposta por tantos livros de auto ajuda no mercado. Ser feliz não é estar alegre, mostrar-se engraçada, fazer piruetas o tempo todo. Nem sempre o sorriso se mostra talhado no meu rosto; o doer também faz parte desse ser. Agora mesmo trago no peito o estrago de uma dor dilacerante (profundo, não???? rs), de um sentir intenso, expectativa do tal amor sonhado, mas que foi desperdiçada e, por não ter sido vivida, se fez ainda mais sofrida. Então, para aliviar , dei-me de presente estar aqui agora, realizando um velho e tímido desejo de ser escritora. Acalmem-se críticos, devoradores de inúmeros livros e autores de textos tão ricos. Apesar de invejar-lhes, a minha pretensão não é tamanha e se resume a apenas escrever o que penso, o que sinto, o que mudo a cada dia. Afinal, parafraseando José Saramago: "Somos todos escritores, só que uns escrevem , outros não."
Então, voltando ao tema, sem querer fazer qualquer apologia ao masoquismo, prefiro sentir-me viva, ora mergulhando ora mergulhada nas minhas dores, do que passar a vida em branco, num marasmo raso.
" (...) que venha o silêncio visceral que deixa cicatrizes em meu peito depois das desilusões e desencontros...Mas que eu nunca, jamais deixe de acreditar que daqui a pouco, depois de refeita e ainda mais predisposta a acertar, vou viver de novo, vou doer de novo e sobretudo, vou amar mais uma vez... e não somente uma pessoa, mas tudo o que for digno de ser amado!" Rosana Braga.

Justificando I

Ganhei esse apelido, o de Auréliawiki, de um grande e lindo amigo por conta da minha habitual "mania" de em tudo procurar um significado, de tudo questionar e buscar um sentido. Fui perguntada outra dia sobre se essa "mania" me incomodava, e repetindo a resposta agora, digo que não, mesmo porque não sei ser diferente. Busco o sentido da Vida simplesmente vivendo, porque a Vida encerra nela mesma o seu próprio sentido. Vida com inicial maiúscula, sim, por que mesmo questionando-a, contestando-a, e, às vezes também, rejeitando-a, a contemplo e admiro e por ela me apaixono a cada dia. E, acreditem, não há melhor forma de reverenciá-la do que vivendo-a, feliz.