Estrelas

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Brilho de uma paixão


" SÃO PAULO (Reuters) - Em alguns dos melhores filmes da neozelandesa Jane Campion, a arte é mais do que uma forma de expressão, é a forma como personagens transpõem barreiras físicas ou emocionais.

No mais recente filme da diretora, "Brilho de uma Paixão", está o poeta inglês do século 19 John Keats (Ben Whishaw, de "O Perfume"), o último dos românticos, que morreu jovem, aos 25 anos e teve um único amor na vida, Fanny Brawne (Abbie Cornish, de "Um Bom Ano").

Um amor tão poético quanto etéreo e platônico. Seria muito fácil transformar a história do casal num amontoado de clichês, com um poeta romântico morrendo no final sem que a paixão realmente se consumasse."


Não posso acrescentar muito mais do que os críticos que elogiaram o filme, ou não, fizeram, até porque passei boa parte da sessão tentando me livrar de tentáculos pegajosos de um polvo nojento que deixei cair na minha rede...Com certeza perdi muito dos diálogos - poesia pura, e da fotografia perfeita, das cenas belíssimas de uma Inglaterra que eu não imaginava pudesse ter existido. Atores ótimos, cineasta premiada... (ihhhh, olha eu tirando onda !!! Favor desconsiderar qualquer comentário meu, porque não entendo porra nenhuma de filmes. Porque passei boa parte da minha vida assistindo a blockbusters , de preferência cartoons. E foda-se quem achar que isso é algum defeito. E se for... foda-se de novo ).

Só quero falar de uma cena, uma única cena, a que me angustia toda vez que invade os meus seis sentidos. Fanny recebe a notícia de que seu Keats está morto. É comovente, como o seria qualquer perda nesse sentido. Mas não, não foi uma cena clichê. E , ao invés de me transbordar em lágrimas , fiquei ali, imóvel, paralisada. Queria chorar, não conseguia. Queria falar, não tinha o que. Também eu não conseguia respirar. O ar lhe (nos) faltou aos pulmões, muita dor...

Interpretação brilhante. Difícil descrever. Até hoje, quando me vem qualquer referência ao filme, onde quer que eu esteja, feliz ou nem tanto, fico quietinha, sentindo uma angustia, um vazio imenso que preenche o meu peito e quase me sufoca. Um misto de inveja, medo, auto piedade. Não inveja do sofrimento, mas do sentimento que o gerou. 'Aquilo' fez todos os meus 'graaaandes' amores parecerem tão pequenos, tão distantes... Sinto medo. Medo de que exista mesmo o tal, o único. Medo de passar pela vida sem conhecê-lo. Sem merecê-lo.

4 comentários:

  1. Já não sei mais se era isto. Mas vai mais ou menos assim mesmo.

    O medo de amar é o medo de ser livre para o que der e vier. Se não for, como você mesma diz, "foda-se". O importante é buscá-lo.

    Adorei o seu "foda-se", digo, o seu post!

    Em tempo: na minha época podíamos, ou não podíamos mas faziamos assim mesmo, assistir a mais de uma sessão do mesmo filme. O fato é que entrávamos no cinema e não saíamos mais de lá. Assistíamos ao filme na primeira sessão e namorávamos a partir da segunda. Exceto se o filme fosse chato. Daí namorávamos a partir do primeiro sinal de tédio cinematográfico.

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  2. Que inveja dessa tua coragem...

    Não que eu não busque, hedonista que sou (somos...), mas é que essa porra desse medo é tão grande que acabo me boicotando...

    ...

    O problema é que o tédio daquele polvo nojento começou um minuto após a primeira sessão...totalmente sem noção o bichinho...rs
    Pois é...eu ainda acredito que quando sou convidada para ir ao cinema, é para assistir a um filme...Fala...pode dizer...'lôra bobinha!!!'

    (burrinha, não, hein!!!!) rs

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  3. John Keats é meu poeta favorito, sua delicadeza aos descrever sentimentos e paisagens me espanta.

    Obrigado pelo carinho e pelas palavras lá no Alucinação.

    Vou seguir seu blog.

    Beijos

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  4. P.S: Pode colocar meu poema no seu blog, com os créditos e se puder me linkar no seu blog, eu agradeceria.
    Beijos moça

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